Abril de 2011
“Escolhemos ficar ao lado dos estudantes”
Nestes últimos meses mais um episódio fatídico para o Movimento Estudantil ocorreu na UFOP.
Formada em uma convenção de Chapas e empossada em 05 de Outubro de 2010, a Gestão Em Movimento do DCE-UFOP era até então uma chapa representativa, ampla, democrática e acima de tudo plural. Depois de um penoso processo eleitoral a chapa fora eleita, fazendo valer a vontade de uma maioria. Nunca foi do desconhecimento de ninguém que a composição da mesma contava com membros com as mais diversas linhas de pensamentos e os mais diversos meios de agir. Mas todos almejavam (ou pelo menos aparentavam almejar) uma UFOP melhor, e assim as divergências de egos e políticas se faziam irrisórias perto desta luta.
No entanto, com o decorrer do tempo, percebeu-se uma divisão, um “racha” dentro do DCE-UFOP. Divisão esta marcada por dois grupos distintos Um grupo da maioria do DCE, mas que milita por uma minoria da UFOP e um grupo inverso, menor, mas que milita pela maioria desta Universidade.
Iniciou-se então uma guerra e assistimos, indignados, a uma luta fratricida e divisionista. Desde o inicio alertamos que a intransigência da dita maioria levaria a resultados catastróficos para a organização e para luta dos estudantes. Há algum tempo nos, da minoria, nos reconhecíamos como tal e não tínhamos nenhum problema quanto a isso, pois sempre fomos a favor da ampla democracia e da pluralidade de idéias. Repudiamos aqueles que faziam a luta divisionista, os que não respeitavam as opiniões alheias e que se utilizavam de métodos monocráticos e autoritários para impor suas decisões arbitrárias. Sabemos que o real motivo para as perseguições e a “caça as bruxas” feita contra os divergentes, possuem, no centro, profundas divergências políticas e de métodos.
Somos os estudantes que se colocavam contrário o corte de 3,2 bilhões da educação feito pelo Governo Dilma, que atingiu em cheio todos os estudantes da universidade. Somos os que defendem um movimento estudantil combativo e independente de reitorias, governos e partidos políticos. Somos os que se posicionavam contra a direção majoritária da UNE, seu aparelhamento e falta de autonomia frente ao governo federal.
Acreditamos que hoje, infelizmente, o DCE/UFOP segue o mesmo caminho da atual direção da União Nacional dos Estudantes, pois em várias ocasiões renegaram o interesse dos estudantes a segundo plano e colocavam suas aspirações pessoais na frente. Como um pequeno exemplo, citamos a decisão do último Conselho de Centros Acadêmicos, onde estavam presentes mais de 21 entidades, que decidiu por unanimidade, a convocação de uma Assembléia Geral Universitária (AGU), para discutir a situação caótica que passa nossa Universidade e apontar para uma grande mobilização. A atual maioria do DCE/UFOP impediu que essa decisão, que é uma obrigação do DCE, fosse levada em frente, frustrando as entidades estudantis e o conjunto dos mais de oito mil alunos da Universidade.
Enquanto a UFOP passa pelos mais diversos problemas estruturais, bibliotecas com horário de funcionamento reduzido, sistema do SISBIN fora do ar, obras atrasadas, etc. Passando pelo sucateamento do ensino público, um grupo que é a maioria dentro do DCE preferiu fazer uma caçada política e privar um membro do DCE do grupo da minoria ao direito de participar, direito esse que tem amplo respaldo democrático.
Foram inúmeros os exemplos de situações que o DCE se negou a tocar uma luta conseqüente, estiveram, quase sempre, contra as aspirações e anseios dos estudantes, que hoje passam por uma profunda insegurança quanto à qualidade da sua formação. Fazem isso, pois não possuem independência da reitoria e nem do governo federal. Chegando ao cumulo de se posicionarem contra os estudantes e a favor da reitoria em votações nos Conselhos Universitários. Consideramos inaceitável que a entidade máxima de representação dos estudantes, se coloque contra eles. Também avaliamos equivocada a postura do DCE quanto a priorizar a realização de grandes festas em detrimento dos debates e da mobilização dos estudantes.
Cansados dos absurdos, das estratégias, dos golpes diários, de decisões unilaterais, do desrespeito a democracia e as lutas do Movimento Estudantil, cansados de ver a entidade tomada por aqueles que preferem festas a mudanças, cansados das arbitrariedades de alguns e por acreditar que esta entidade não consegue andar pelas próprias pernas, livre de reitorias e dos administradores desta Universidade e assim não ser capaz de representar os estudantes e suas lutas de maneira ampla e LIVRE, é que os alunos abaixo-assinados renunciam aos seus cargos nesta entidade.
Assinam:
Edmilson Paulo de Oliveira – Eng. Civil – Ex-diretor de ciências exatas
Danilo Bianchi Moreira “Foe”– Filosofia – Ex-diretor de movimento estudantil
Maria Eugênia Silva de Souza – Eng. Geológica – Ex-diretora de assistência estudantil
Raísa Geribello – Comunicação Social – Ex-diretora de movimentos sociais
Dhiego Souto Andrade “Jedy” – Ciência da Computação – Ex-coordenador de movimento estudantil
Winny Rocha – Artes Cênicas – Ex-coordenador de cultura
quinta-feira, 22 de março de 2012
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Video da Calourada do DCE UFOP em 2010
Video de divulgação da Calourada Unificada do DCE-UFOP, a calourada foi realizada antes da saída do Coletivo Vamos à Luta e independentes da gestão Em Movimento, na ocasião o DCE ainda promovia debates políticos na Universidade. Uma pena que os membros que continuarão não foram capazes de dar segmento a iniciativas como essa.
terça-feira, 5 de abril de 2011
segunda-feira, 21 de março de 2011
NOTA DO VAMOS À LUTA OURO PRETO SOBRE INDICATIVO DE GREVE DOS SERVIDORES
Greve? Conheça os reais motivos!
A comunidade universitária da UFOP assiste com muita preocupação a uma possibilidade iminente de uma greve do setor técnico-administrativo por tempo indeterminado. Há um sentimento de profunda insegurança por parte dos estudantes. Buscamos, por meio deste material, conscientizar o corpo discente das reais razões da possível greve, bem como analisar o quanto a luta dos servidores também é uma luta dos estudantes, por uma universidade pública, gratuita e de qualidade.
Vamos aos fatos...
No ano de 2009 o mundo presenciou uma crise econômica mundial que encontrou seus alvos, como os trabalhadores e a juventude. Corte de verbas e retirada de direitos são as receitas aplicadas pelos governos, atingido a qualidade e o direito à educação. Na Europa em 2010 a juventude foi à luta e sacudiu o velho continente, reivindicando seus direitos contra o pagamento da crise nas costas da juventude e dos trabalhadores. Este ano a juventude árabe também demonstra que não vai aceitar calada pagar o pato da crise econômica.
No Brasil, foi anunciado que a crise econômica internacional de 2009 não passaria de uma “marolinha”, contudo observamos que esse discurso não passou de um oportunismo eleitoral, apenas para garantir a vitória da sucessora de Lula. Já nos primeiros meses de mandato da nova presidente percebemos que a “marolinha” transformou-se em um tremendo “tsunami”. Uma das primeiras medidas do novo governo foi o corte de R$ 50 bilhões no orçamento, corte este que atinge principalmente as áreas sociais como saúde, educação e os serviços públicos. Porem ao mesmo tempo em que Dilma retira dinheiro das áreas sociais anuncia um investimento, por parte do BNDES, de R$ 30 bilhões para a construção de um trem bala, que beneficiará somente a alta burguesia, visto que a passagem custara mais cara do que uma passagem de avião, mostrando as reais prioridades do novo governo.
A retirada de capital das áreas sociais implicou em medidas que atingem diretamente os servidores e os serviços públicos, como a suspensão de concursos e nomeações no ano de 2011, privatização dos hospitais universitários, congelamento de salários por 10 anos e aumento das terceirizações, eixos fundamentais da luta dos servidores. Destes R$ 50 bilhões de corte, parte deles (R$ 3,10 bilhões) atinge diretamente a educação e as universidades. Por isso, contra os ataques do governo Dilma, os estudantes devem apoiar a luta dos servidores!
E na UFOP...
De antemão vivenciamos o adiamento das aulas por duas semanas, fato esse que esta intimamente ligada com os planos de ajuste, visto que o argumento alegado era referente à falta de professores e de obras inacabadas. Mesmo com o adiamento os problemas persistiram, a UFOP passa por um momento de caos com inúmeros problemas estruturais. O departamento de matemática vive um déficit de oito professores prejudicando o inicio de várias disciplinas. Em João Monlevade os estudantes terão que assistir às aulas em uma sala alugada, distante do convívio universitário. Salas superlotadas, alagadas e/ou mofadas caracterizam o cenário do ICEB e da Escola de Minas. A ausência de técnicos nos laboratórios é problema recorrente no DEGEO e em outros. A fila do RU não para de crescer, sendo agravado ainda com o fechamento do REMOP.
Por tudo, acreditamos que os estudantes devem, assim como os técnicos administrativos, assumir um papel protagonista na universidade, seguindo o exemplo da juventude européia e árabe, que demonstraram nas ruas que não vão aceitar medidas que sucateiam a educação e a universidade pública. Fazemos um chamado a todo o movimento estudantil da UFOP para a construção de uma Assembléia Geral Universitária, que discuta nossas bandeiras e aponte para a mobilização como única saída que irá garantir nosso direito a uma UNIVERSIDADE PÚBLICA, GRATUÍTA E DE QUALIDADE... VAMOS À LUTA.
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Estudantes do Icsa realizam ato contra precarização do ensino público superior
Estudantes do Icsa realizam ato contra precarização do ensino público superior
Dentre os pontos defendidos pelos manifestantes estava o cancelamento dos vestibulares 2010.2 para os cursos de Administração, Comunicação Social, Economia e Serviço Social
Mais de oitenta estudantes da UFOP, em sua maioria do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA), realizaram uma passeata, na tarde do dia 11 de março, entre a praça Tiradentes e a Reitoria da Universidade, onde permaneceram por mais de quatro horas. Reivindicaram melhorias infraestruturais, aumento no número de professores e servidores e entrega dos livros da biblioteca. O manifesto, iniciativa de três Centros Acadêmicos do Instituto, apoiava ainda o cancelamento dos quatro vestibulares do ICSA para o próximo semestre, decisão acordada em assembleia universal no Instituto no dia 3 de março e reafirmada dia 10 do mesmo mês, também em assembleia com participação de professores, servidores e alunos.
A data e o horário escolhidos para a manifestação foram bastante oportunos, propositalmente ocorreu em simultaneidade com a reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE), que acontecia na Reitoria, na qual os conselheiros votariam justamente pelo cancelamento ou não do vestibular para os cursos do ICSA. Em mãos os conselheiros tinham a minuta votada pelo Instituto de maneira universal e aberta, que pedia o cancelamento e dava justificativas. Segundo esse documento, o ICSA não tem condições de receber 200 alunos no próximo período, isso porque as obras do Instituto estão bastante atrasadas e sem previsão de término. O documento considera ainda que "as atuais instalações não permitem garantias de dignidade, de convívio, de qualidade de ensino, de pesquisa e de extensão e de sustentabilidade para qualquer outra turma que venha a ingressar nesta Unidade Acadêmica". O documento também cita a situação da biblioteca, do restaurante universitário e dos laboratórios, dizendo que são insuficientes para a demanda atual. A proposta era que o cancelamento viabilizasse tempo para "por a casa em ordem", e assim, voltar a receber estudantes em 2011.
O fato desse documento encaminhado ao conselho ter sido aprovado pela maioria dos alunos, professores e servidores não garantiu decisão favorável, sendo que apoiaram o cancelamento apenas os conselheiros representantes do ICSA e do Diretório Central dos Estudantes (DCE). A Reitoria, porém, apresentou três contrapropostas, todas focadas apenas na infraestrutura das salas de aula que faltarão aos calouros ingressantes no próximo semestre. A medida paliativa que agradou a maioria dos conselheiros foi criticada pelos estudantes presentes na manifestação. Esses alegaram que a falta de salas de aula é apenas um dos problemas, sendo que a urgência se faz necessária a todos os outros.
Entenda o ICSA
O Instituto concebido dentro do REUNI recebeu seus primeiros estudantes no segundo semestre de 2008. Localizado em Mariana-MG, o campus já possuía diversos problemas de infraestrutura, sendo que a proposta era a de "construir" os prédios a medida que mais estudantes chegassem. Entretanto os prazos não foram cumpridos, acarretando as dificuldades que o Instituto encontra hoje para trabalhar em condições que atenda às demandas atuais e futuras.
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
VITÓRIA!!
Após a vitoriosa luta dos estudantes e da população de Ouro Preto, no último dia 04/11/2009, a juíza acatou a reivindicação do movimento e o aumento da tarifa do transporte público será revogado. Isso prova que só os estudantes nas ruas, com uma direção correta é o que irá garantir vitórias.
Foi uma dura batalha, contra as mafiosas empresas de ônibus de Ouro Preto, e seu principal aliado, a Prefeitura. A luta não acabou, exigimos que a determinação da justiça seja cumprida imediatamente!
Esperamos que essa seja apenas a primeira, de muitas outras lutas que virão. A UFOP enfrente uma tremenda crise, para especialistas em breve ela deixará de ser um centro de excelência para se tornar um escolão. Mais do que nunca os estudantes precisam estar organizados, para dizer não ao sucateamento da universidade pública.
Nos momentos das vitórias é onde as pessoas tomam consciência da sua capacidade de transformação, por isso fazemos um chamado para toda a comunidade estudantil. Vamos à Luta!?
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